domingo, 1 de novembro de 2009

Imagem da estudante de vestido curto na UNIBAN...




...e a Moral de Cuecas!


Nesta semana a selvageria na Universidade Bandeirante (UNIBAN), trouxe mais uma vez o debate em torno da discriminação no Brasil. Uma estudante do curso de turismo, foi agredida verbalmente por uma multidão enfurecida. E só não foi agredida fisicamente por que saiu da faculdade escoltada pela polícia militar. O motivo de tudo isso: a roupa da moça.

Um recreativo do "CURINTAS" é fichinha perto do que foi esta final do campeonato brasileiro de preconceito e discriminação. Mas nesta final o time da casa tomava conta de quase todos os lugares nas arquibancadas. O grito da torcida era ensurdecedor, e cantado com empolgação: Puta, puta, puta!!!

Uma pessoa assistindo as cenas na TV perguntou:
- Mas isto não é uma instituição de ensino?
- Sim. Acredito que os estudantes tenham levado ao pé da letra o "respeito ao nome da intituição". Não era assim que os bandeirantes agiam quando viam um nativo semi-nú?

Lembrei de Noel Rosa: Com que roupa eu vou?
A partir de agora antes de sairmos de casa teremos que nos perguntar: Com que roupa eu vou? Para não ser agredido por um "bando" de estudantes e cientistas.

Fiquei curioso, fui navegar no sitio da UNIBAN. (Tentava me concentrar mas tinha um cachorro me desconcentrando, latindo bem da porta da minha casa. Fui correr o cachorro, e não é que ele tava cheio de pulgas! Droga, uma delas veio parar bem atrás de minha orelha. Bom, o cachorro foi embora!). Continuei meu passeio virtual, e pude verificar que as incrições para o vestibular UNIBAN estão abertas, de 25 de setembro a 7 de Novembro. Ao custo de algumas centenas de reais mensais, os jovens podem ser "educados" pela UNIBAN.


Tudo isto ocorre justamente no período de inscrições da UNIBAN!

Se não fosse a falta de respeito ao próximo, discriminação, intolerância, desrespeito, selvageria, conservadorismo, e diversos outros pontos negativos apresentados por seus estudantes neste episódio. Poderiamos pensar em uma bela campanha de marketing!

- Venha para a Universidade das Mulheres Bonitas!



Para os Selvagens Inquisitores, vai uma dica de música:

Minha Tribo sou eu - Zeca Baleiro


eu não sou cristão
eu não sou ateu
não sou japa não sou chicano não sou europeu
eu não sou negão eu não sou judeu
não sou do samba nem sou do rock
minha tribo sou eu

eu não sou playboy eu não sou plebeu
não sou hippie hype skinhead nazi fariseu
a terra se move falou Galileu
não sou maluco nem sou careta
minha tribo sou eu

ai ai ai ai ai
ié ié ié ié ié
pobre de quem não é cacique
nem nunca vai ser pajé


Imagem do bandeirante - Domingos Jorge Velho.

3 comentários:

  1. Posto como comentário na integra, o Texto de Alexandre Protásio, publicado no Blog do Protásio em 02 de novembro de 2009.

    segunda-feira, 2 de novembro de 2009
    Caso Uniban: minissaias, psicologia das massas e reacionários paulistas
    O que leva uma multidão a hostilizar uma pessoa que não conhece? Pois bem, aconteceu com uma mulher em uma universidade particular de São Paulo. O vídeo está abaixo e é assustador. Situações como essas demonstram como as multidões são propensas a coisas fabulosas e aterrorizantes, pois são irresistíveis em sua capacidade destruidora ou transformadora.
    O fato ocorrido na Uniban deixa uma grande dúvida no ar: basta reunir a multidão para mudar o mundo? Queremos as pessoas reunidas para o quê? O que devemos fazer, do ponto de vista educacional e cultural (contra-hegemônico, portanto), para que a massa avance? O movimento das multidões propiciou a Revolução Russa, a Revolução Francesa, várias revoltas populares brasileiras e globais, a libertação de ex-colônias na América Latina, África e Ásia, mas também o nazismo, o fundamentalismo islâmico e o fascismo. Como perguntaria Lênin: "que fazer?".
    São Paulo
    A cada episódio fica mais claro para mim que em São Paulo está o núcleo duro do reacionarismo no Brasil. Não de graça elegem o PSDB gestão após gestão, no Estado e na Prefeitura. Em 2010 será o Brasil contra os paulistas. E o tipo de gente que atacou a moça da minissaia será o eleitor que enfrentaremos na disputa eleitoral.

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  2. O tempo passou a moça da minissaia achou bonito e tenta até hoje ganhar fama encima do que aconteceu... Cabe a pergunta: estavam eles certos por chamá-la de "puta"?

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  3. Dois anos depois, mesmo observando a trajetória infeliz dessa menina, sigo pensando o mesmo. O que ela fez da exposição é uma coisa, diferente da coisa que fizeram com ela.

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